Unindo sempre o erudito e o popular, e focando compositores contemporâneos brasileiros, o grupo paulistano AUM gravou quatro CDs e um DVD, recebendo elogiosas críticas de imprensa e se apresentou centenas de vezes por todo o país no decorrer dos seus quase 20 anos de atividades ininterruptas (uma marca não muito comum para grupos de câmara).

Grupo AUM na cerimônia do Mérito Carlos Gomes. Terraço Itália, fevereiro de 2012.

Música Brasileira de Compositores Vivos

Em 1997 a pianista Arlete Tironi Gordilho e a flautista Liliana Bertolini uniram-se com o objetivo de apresentar um repertório variado de música erudita brasileira, desde o barroco até a música contemporânea. Nos anos seguintes, Arlete e Liliana começaram a pesquisar músicas brasileiras e incluíram em seu repertório obras de compositores vivos, que além de fornecer a partitura orientavam na interpretação. Trabalharam com Celso Mojola, Lina Pires de Campos, Maria Apparecida Côrtes, Osvaldo Lacerda, Paulo Maron; e continuaram se apresentando com diversas formações. O contato com os autores foi tão gratificante que o grupo criou o projeto “Música Brasileira de Compositores Vivos”.

Primeiro CD: “Grupo AUM interpreta Villani-Côrtes”

Em 2000, conheceram Edmundo Villani-Côrtes durante uma homenagem aos seus 70 anos, havendo uma identificação imediata de ambas as partes. A identificação foi tão grande que iniciaram uma sólida parceria. Villani passou a compor especialmente para a formação do grupo, participa de ensaios, apresentações e viagens, e foi o diretor musical dos três CDs e DVD. O primeiro deles foi “Grupo AUM interpreta Villani-Côrtes”, lançado em outubro de 2001. Além de ser a estréia do grupo em CD, é o primeiro registro dedicado inteiramente às obras deste compositor. Villani-Côrtes é considerado um dos mais importantes compositores do Brasil e já teve seu repertório interpretado em diversas partes do mundo. Dentro de uma linha que caminha harmoniosamente entre o erudito e o popular, suas composições representam o retrato vivo da cultura brasileira. Seu acervo possui mais de 300 obras escritas para todas as formações, incluindo óperas. Seu talento é reconhecido por todos os profissionais da área, além de ser uma pessoa extremamente iluminada e querida por todos que tem a oportunidade de conhecê-lo.

Segundo CD: “Os Borulóides”

Em novembro de 2003, o grupo lança seu segundo CD “Os Borulóides”, com obras de Amaral Vieira, Villani-Côrtes e Julio Bellodi. Como no primeiro (ambos de produção independente e gravados no Estúdio Santa Marcelina), tudo é direcionado para levar os ouvintes o mais próximo do idealizado pelo compositor. O resultado é fruto do contato direto com os três compositores, que acompanharam ensaios, gravações e deram depoimentos para o CD (três faixas são dedicadas a explicações e pensamentos de Villani-Côrtes e Amaral Vieira). Outro registro inédito é a participação conjunta do casal Côrtes: Edmundo e Efigênia (piano e voz). As capas dos dois CDs são quadros do renomado artista plástico Martins de Porangaba, feitos especialmente para o Grupo AUM.

Terceiro CD: “Postais Paulistanos”

Em 2007, comemorando os 10 anos de existência do grupo, lançaram o terceiro CD Postais Paulistanos (Fábrica Discos/Tratore), dessa vez gravado no Estúdio Cachuera!. Trata-se de uma suíte composta por Villani-Côrtes, que ganhou o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em 1995 como “melhor obra sinfônica”. O compositor preparou o arranjo para a formação do grupo e também primeiro registro oficial.

DVD: “Cortesia”

Em 2011, lançam seu primeiro DVD em homenagem aos 80 anos de Edmundo Villani-Côrtes, uma celebração aos 10 anos de parceria com esse compositor e aos 14 anos de existência do grupo. A intenção é deixar para a posteridade um sincero registro deste momento da história da música brasileira, e mostrar a alma desse artista. São dois shows (um no Centro Cultural São Paulo, e outro para a TV Cultura), intercalados com depoimentos dos músicos e entrevistas do Villani.

Quarto CD: “Turmalina”

Lançado em 2013, para comemorar os 16 anos de existência do grupo, traz um repertório com obras inéditas, feitas especialmente para eles, por compositores motivados pela diversidade timbrística, levando aos ouvintes todas as possibilidades de cada instrumento.

Projeto Didático

Postais Paulistanos, o 3º CD, foi a base dos shows que o Grupo AUM apresentou durante o ano de 2006 nas periferias de São Paulo, em parceria com a Prefeitura da cidade. Os espetáculos didáticos visavam formação de platéias, explicando os instrumentos e levando repertório erudito brasileiro para pessoas que não têm acesso a este tipo de música. Foram 42 apresentações, em todas as unidades dos CEUs (Centro Educacional Unificado), dentro do projeto “São Paulo É Uma Escola”. Uma iniciativa que leva arte e cultura para a rede municipal de educação. Até hoje o grupo faz apresentações didáticas, de acordo com os propósitos de cada local.

Compositores

Os grandes gênios da música muitas vezes só recebem o reconhecimento merecido após sua morte. Na música brasileira, temos o exemplo do grande mestre Villa-Lobos que foi reconhecido antes na Europa que no Brasil. Imagine o privilégio de ouvir o “Trenzinho Caipira”, logo após ouvir o próprio compositor explicar como compôs essa obra? É esse sentimento que o Grupo AUM procura trazer com seu projeto. Os compositores não estão acostumados com esse tipo de retorno, isso é muito recompensador para eles. Esse é o nosso principal incentivo, juntamente com a grande aceitação do público, que gosta muito de conhecer o que está sendo produzido no Brasil e ainda não é divulgado adequadamente pela mídia.

O que significa AUM?

O nome AUM foi escolhido durante a gravação do programa “In Concert” (Rede Vida), em novembro de 1997. Aum é o mantra mais poderoso, matriz de todos os demais, símbolo universal do yoga e do hinduísmo. Mantra é a combinação de sons que nos dá controle da mente e sensação de felicidade temporária, levando-nos para o campo espiritual.